quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O começo de tudo

Passei anos relutando e resistindo contra um forte desejo de ter meu próprio blog. Pra quê? Era o que me vinha à cabeça. Na verdade, sempre tive receio, quer dizer, medo mesmo de me expor ao ridículo e uma certa (pra não dizer enorme) necessidade de ser aceita. Aqui, entende-se por milésimos views. Felizmente, a maturidade é uma excelente aliada para deixarmos essas bobagens de lado e irmos adiante no que queremos fazer. 

Mal começo a escrever e já recorro ao meu querido companheiro de tantos anos, o velho Pessoa. Em cartas de amor, imortalizadas na voz de Bethânia, o sábio poeta português dizia que todas elas eram ridículas, mas quem nunca escreveu uma carta de amor era o verdadeiro ridículo.

Fazendo-me valer dessa máxima, começo hoje a escrever as minhas cartas de amor que, em tempos modernos, podem ser entendidas como posts. Meu amor aqui será declarado, não tenho medo mais do ridículo. Diariamente, pelo menos é o que proponho a mim mesma, irei declarar meu amor a algo ou alguém. Amor à palavra, aos livros, ao cinema, à arte, à música, aos velhos (isso mesmo, amo os velhinhos!), às pessoas, aos gestos, à multidão perdida de Baudelaire e ao sertanejo que, como já dizia um tal de Euclides, é antes de tudo um forte.

A menos de um ano de completar 40 anos e após quase 10 anos de análise, tornei-me mais destemida. Já sei até lidar com meus fracassos e vibrar com as pequenas conquistas diárias! Mas, o maior avanço mesmo é reconhecer publicamente a origem de Lolô.

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