quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Nós e os mitos!


As Plêiades
Minhas questões existenciais têm o tempo da consciência desta que vos escreve. Acho que o tal do sentido da vida que a gente procura é para diminuir o medo diante da nossa condição de finitude. Tememos mais do que deveríamos. Somos vulneráveis por definição. 

O homem sempre se agarrou nos mitos para obter impulso a fim de suplantar as vicissitudes da vida. Nosso espírito está generosamente povoado de mitos, de sonhos e de utopias. Ai de nós se não tivéssemos nada para crer. Acho que esta é a forma mais antiga de auto-ajuda.

Desde que o mundo é mundo, sobretudo na versão que nos oferece a mitologia grega, vemos a fraqueza humana diante da força da natureza. Hoje em dia, a gente joga essas fraquezas para debaixo do tapete. É imoral perder, temos vergonha de sofrer! Vivemos a era da euforia prêt-à-porter, nem que seja à base de Rivotril.

Ela é amedrontadora, sim, mas também motor de ação. A velha da foice foi chamada por Manuel Bandeira de a mais “indesejada das gentes”. Na medida em que vou amadurecendo percebo que o nosso previsível fim gera inúmeras questões que direcionam para um olhar sobre a nossa relação com a vida. 

É por tudo isso que eu, com meus medos, mitos e crenças, procuro cada vez mais dar valor a minha prática diária. E um bom começo para perceber isto se dá através da percepção da nossa respiração e da consciência corporal. 

Ah, quanta sabedoria que vem lá do Oriente! Que os ventos continuem trazendo-a para nós!

Voltei, pessoal!