quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Nós e os mitos!


As Plêiades
Minhas questões existenciais têm o tempo da consciência desta que vos escreve. Acho que o tal do sentido da vida que a gente procura é para diminuir o medo diante da nossa condição de finitude. Tememos mais do que deveríamos. Somos vulneráveis por definição. 

O homem sempre se agarrou nos mitos para obter impulso a fim de suplantar as vicissitudes da vida. Nosso espírito está generosamente povoado de mitos, de sonhos e de utopias. Ai de nós se não tivéssemos nada para crer. Acho que esta é a forma mais antiga de auto-ajuda.

Desde que o mundo é mundo, sobretudo na versão que nos oferece a mitologia grega, vemos a fraqueza humana diante da força da natureza. Hoje em dia, a gente joga essas fraquezas para debaixo do tapete. É imoral perder, temos vergonha de sofrer! Vivemos a era da euforia prêt-à-porter, nem que seja à base de Rivotril.

Ela é amedrontadora, sim, mas também motor de ação. A velha da foice foi chamada por Manuel Bandeira de a mais “indesejada das gentes”. Na medida em que vou amadurecendo percebo que o nosso previsível fim gera inúmeras questões que direcionam para um olhar sobre a nossa relação com a vida. 

É por tudo isso que eu, com meus medos, mitos e crenças, procuro cada vez mais dar valor a minha prática diária. E um bom começo para perceber isto se dá através da percepção da nossa respiração e da consciência corporal. 

Ah, quanta sabedoria que vem lá do Oriente! Que os ventos continuem trazendo-a para nós!

Voltei, pessoal! 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Tramas em alta no mundo artsy



Instalação de Joana Vasconcelos
Depois que eu postei no mês passado as esculturas maravilhosas da artista Toshiko Horiuchi, que criou um parque infantil feito com crochê em Sapporo, no Japão, percebi que a onda handmade não se restringe apenas ao universo lúdico infantil e chega ao mundo artsy.

As redes de Ernesto Neto

No Brasil, o artista Ernesto Neto expõe suas esculturas elásticas feitas de crochê que lembram redes na galeria Fortes Vilaça. E o melhor, o publico pode interagir. O espectador é convidado a participar ativamente, tocando, cheirando ou adentrando o espaço da escultura.  C'est pas mal!

E na França a badalada artista portuguesa Joana Vasconcelos montou uma série de esculturas gigantes feitas de tricô, crochê e patchwork. Estas estão expostas no Palácio de Versalhes. Vale a pena dar uma olhada no site da expô: http://www.vasconcelos-versailles.com/


Instalação em Versailles

Adoro essa profusão de cores, retalhos e tecidos! E para quem gosta de se inspirar nas tendências e é adepta ao "do it yourself", aconselho uma passada na Fenearte para garimpar algumas possíveis futuras instalações.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A semelhança entre o ouriço de Barbery e o cachimbo de Magritte!



Após algumas noites insones por conta dele, finalmente consegui terminar ontem a Elegância do Ouriço, da escritora e filósofa francesa Muriel Barbery. Ele, o livro, chega como quem não quer nada, mas aos poucos vai conquistando pela excelente narrativa. As duas personagens principais, Paloma e Renée, passam a vida preocupadas em apagar os traços de suas existências, embora sejam de uma sedutora riqueza intelectual. A história se passa no edifício chiquérrimo da aristocracia francesa localizado à Rua de Grenelle, 7, onde ambas residem.

As observações sobre literatura, escrita, envelhecimento, psicanálise e outros assuntos da vida moderna são descritas através de uma narrativa recheada de ironia. E deliciosamente despretensiosa. O curioso é que essas impressões das personagens me remeteram ao humor do pintor belga René Magritte. Mais precisamente à obra das mais conhecidas: Ceci n’est pás une pipe (Isto não é um cachimbo)! Em comum entre os três? O jogo com o significado das palavras. Eu tenho pra mim que a autora do livro fez uma homenagem ao pintor.

Minha primeira pista começa pelo nome da concierge: Renée, a forma feminina do primeiro nome de Magritte. Outra peculiaridade que me chamou a atenção foi os nomes que a autora escolheu para as duas irmãs da Rua Grenelle, Paloma e Colombe. Esses nomes significam Pomba em línguas diferentes. O fato de Muriel Barbery ser filósofa e, portanto, conhecedora de conceitos de linguística utilizados por Magritte me soou como mais uma grande coincidência.

A gente não percebe o tempo passar quando adentramos nos pensamentos profundos contidos no livro e, tal como Paloma e Renée, nos percebemos sozinhos em nossos pequenos mundos. A vontade que dá é ler de novo este romance sobre solidão e amizade, arte e beleza, justiça e amor, tempo e eternidade.

Obrigada pela dica, Gilberto! Adorei.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vale a pena refletir sobre!




Quando vi o título e o autor do livro no Alas (encontro sul-americano de sociologia que aconteceu no Recife no ano passado), não pensei duas vezes.  O livro Os Estabelecidos e os Outsiders”, de Nobert Elias e John Scotson, estava gritando para chamar a minha atenção. Tinha que ler aquela obra de título sugestivo. Como eu já tinha comprado outros tantos, fiquei reticente. “Olha a compulsão, Juliana”!, afirmava meu superego, a parte moral do juízo que queria inibir meus impulsos através da culpa.

Mas, nem mesmo ele conseguiu me conduzir aos seus apelos. Depois de a paquera perdurar por uma semana, fui seduzida e acabei levando-o comigo pra casa. O livro é de fato tudo o que eu
a priori pensei sobre ele. Após quase um ano após a compra, eis minhas impressões!

Trata-se de uma pesquisa feita no interior da Inglaterra. Após três anos estudando aquela comunidade, Elias e Scotson mostram uma clara divisão entre um grupo de residentes estabelecido por muito tempo num bairro relativamente antigo e, ao redor dele, duas povoações formadas em época mais recente, cujos moradores eram tratados pelo grupo dos estabelecidos como outsiders.

É um livro de pesquisa, mas com uma leitura muito prazerosa (aliás, como tudo que Elias escreve) que combina dados de fontes diferentes como estatísticas oficiais, relatórios, artigos de jornais, entrevistas e, principalmente, uma permanente observação (ah, como a etnografia enriquece uma pesquisa!). Graças aos diversos tipos de fonte, fica mais fácil a compreender os laços de interdependência que unem, separam e classificam os indivíduos e grupos sociais, em relação de poder constante.

Em pauta, a relação de poder entre dois grupos de moradores que não se diferenciam quanto a seu tipo de ocupação, origem, religião, educação, classe social, cor, raça, mas sim no que se refere ao tempo em que residiam na comunidade. Isto é que é muito curioso. O grupo estabelecido os estigmatizava como pessoas de valor inferior, tratavam os moradores novos como indivíduos que não se inseriam no grupo, como forasteiros, “os de fora.”

É um livro que nos ajuda a entender melhor questões bem contemporâneas e globais como relações de poder, exclusão social, cidadania e afins.

Recomendo!


terça-feira, 29 de maio de 2012

Notícias de Paris



Para quem gosta de navegar pelo mundo da arte, lá vai uma dica. O Grand Palais, em Paris, acabou de inaugurar a Monumenta 2012, uma exposição anual onde o artista convidado tem como desafio ocupar os 13.500 metros quadrados do espaço com uma obra única.


Este ano, o convidado para montar uma instalação no local foi Daniel Buren, artista plástico queridinho do momento e conhecido por suas famosas colunas bicolores.

 
 
Buren cobriu a nave principal do Grand Palais com estruturas circulares revestidas de filme colorido que absorvem a luz natural e transformam o ambiente numa gigantesca paleta de cores luminosa



Vale a pena uma visita, nem que seja virtualmente falando.

É demasiadamente bacana!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O orvalho de Brígida


Coleta de Neblina. Crédito: Galeria Nara Roesler
Fui apresentada à obra de Brígida Baltar quando morava em São Paulo numa bela exposição na Galeria Nara Roesler. Numa expô do Mamam, tornei-me definitivamente fã desta artista, que investiga o tempo e as dimensões do efêmero  anos depois. Para compor a série Umidades, que eu adoro, a artista coletou amostras da neblina, da maresia e do orvalho. Esses fenômenos naturais foram capturados através de tubos de ensaio instalados numa roupa especial acoplados às costas da artista, que registrou todo o processo de criação em fotografias e em filme.   

Coleta da Maresia. Crédito: Nara Roesler
Através de sua obra, Brígida assume uma atitude poética e ativa nossos sensores. A percepção que tenho acerca de Umidades é de uma obra fluída, não palpável, que se esvai das nossas mãos. Essa impossibilidade de tocar e de ver algo material aguça ainda mais a percepção do olfato, da visão e da audição. Penso que a gente acessa a sua obra quando entramos num estado de contemplação.

Brígida vai além. Vai em busca de captar o efêmero. Suas obras refletem a subjetividade no mundo. Nelas, a artista explora a memória e a afetividade geradas nos eventos da vida. São memórias afetivas. Lembranças de odores e de sons, de prazer e de melancolia. 


Sem dúvida, uma artista da contemporaneidade cuja obra vale a pena ser apreciada.




* Quem quiser saber mais sobre a artista, acesse www.nararoesler.com.br.

domingo, 29 de abril de 2012

Jazz is Paris, bien sûr!


Fazia um tempão que eu não escutava uma das músicas mais cool de todos os tempos. Estou falando de Jazz is Paris, do lendário Malcolm McLaren, o criador de Sex Pistols e responsável pelo impulso do movimento punk no mundo. Ele foi casado com ninguém menos do que a icônica Vivienne Westwood e um dos percussores do voguing – estilo de dança surgido entre os negros e gays dos guetos norte-americanos, e propagado por Madonna. 

Voltando ao assunto. Jazz is Paris é densa, sofisticada, sedutora. Que reflete o sentimento noir de Paris. É isto tudo e muito mais. Adoro essa fase pop afrancesada de Malcolm McLaren. 

Um saxofone solitário numa ruela do Marais, um copo de vinho tinto no Le Cafe Victor Hugo, na Place de Vosges ao final de um longo dia passeando pelo charmoso bairro dos judeus. Elegância a transbordar em cada esquina, assim como Jazz is Paris, Paris is Jazz!


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Coisas de mulher




Que Clarice Lispector é uma das escritoras mais cultuadas dos últimos tempos, isso ninguém duvida. Basta dar uma rápida olhada nas citações da linha do tempo do Facebook para comprovar. Um culto bem exagerado, diga-se de passagem. Aqui não estou entrando no mérito dela. Apenas me fatigo com tudo que é demasiado e unânime. Uma chatice igual ao frisson causado pelos shows de Chico Buarque e Paul Mc Cartney na terrinha!

Poucos conhecem a Clarice do Correio Feminino. Aquela que dá dicas, aconselha, recomenda. Que transita entre o trivial e transcendental com uma desenvoltura desconcertante. O Correio de Clarice de que vos falo é uma seleção de textos da escritora publicados em colunas e suplementos femininos da imprensa brasileira nas décadas de 50 e 60. A atualidade dos assuntos abordados é de impressionar!

Em tom de uma conversa entre amigas, Clarice Lispector fala sobre comportamento (em especial, os dilemas morais), os afazeres domésticos, as inquietações e dificuldades da mulher emancipada para conciliar a dupla jornada de trabalho, os cuidados com a beleza e os segredos da elegância.

Ao transitar por temas tão diversos, que vai do remédio contra ratos a como escolher o perfume ideal, Clarice delineou um contorno da mulher e da sociedade nos anos dourados. Adentrar pelas páginas deste Correio Feminino foi uma experiência que me encantou como tudo que já li de Clarice Lispector!

domingo, 15 de abril de 2012

Indignai-vos. Nota 10 para o #ocupeestelita!



Não estava prevendo escrever nada hoje, mas diante do que tenho escutado e lido a respeito do movimento do grupo Direitos Urbanos, que hoje ocupou o Cais José Estelita, resolvi me manifestar.

Na verdade, é uma indicação de um pequeno manifesto num momento bastante oportuno. Uma sugestão, sobretudo, para os que são contra e que zombam da grande mobilização de hoje (15) no Cais José Estelita.

Leiam urgentemente INDIGNAI-VOS, de Stéphane Hessel. Com mais de 90 anos, este filósofo belga e ativista faz um apelo ao envolvimento social e político em nome da emoção suscitada pelas injustiças. Comprar este pequeno livro, por si só, já é um ato militante, um gesto de comunhão, de participar de uma emoção coletiva.  

E por falar em emoção coletiva, a mobilização #ocupeestelita de hoje foi uma mostra de uma sociedade que se ressente do vazio ideológico, da ditadura do mercado financeiro, das injustiças sociais, da concentração de renda, dos desmandos do poder. Uma sociedade que se ressente porque sabe que tudo isso ameaça fortemente a paz e a democracia.

No texto, Hessel diz: “As razões para se indignar podem parecer atualmente menos claras, ou o mundo demasiado complexo. Quem manda, quem decide? Nem sempre é fácil distinguir as correntes que nos governam. Deixamos de ter contato com uma pequena elite cujas atitudes compreendíamos claramente. É um vasto mundo, que sabemos bem ser interdependente. Por isso, a indignação é a chave do compromisso”

Tenho pra mim que o grupo Direitos Urbanos está na direção certa e eu quero caminhar na mesma direção desses ventos que surgem no Cais José Estelita!

Parabéns #ocupeestelita! 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

London is calling me!


Já faz algum tempo que ando escutando sem parar o maior dos ingleses. Sim, o camaleão David Bowie. A cada música dele eu me transporto para um canto de uma das cidades mais cool que conheço. Para ser mais precisa, quando escuto Heroes ou Sound and Vision sou imediatamente transportada para Camden Town. Sim, a mesma Camden da fantástica Amy Winehouse, a Camden dos punks remanescentes de 70, a Camden dos The Clash, a Camden do fabuloso Jazz Café, a Camden dos mercados livres e dos bistrôs charmosos. Londres está sempre à frente do seu tempo. É vanguarda na essência. Que o diga a icônica Vivienne Westwood, só para ficar num exemplo de moda!  

Oxford Street no Natal
Sim, estou saudosa dos anos em que morei nessa cidade tão estilosa e cheia de charme. Para aumentar ainda mais a saudade, essa semana eu encontrei com a minha querida amiga Dina Duarte com quem vivi ótimos momentos londrinos. Imagina você se formar na mesma turma de jornalismo, passar anos sem vê-la e vai encontrar ocasionalmente logo em Oxford Street, coração de Londres? Pois foi assim meu reencontro com Dina. Um reencontro desse só poderia resultar em muitas histórias, entre baladas, confidências e passeios! Sempre quando a gente se encontra lembra de algum episódio desvairado na nossa London Calling. E cai na gargalhada! Você é uma fofa, Dina!

Londres é trendsetter em tudo. É a Meca mundial da street wear. O paraíso das fast fashion. É o tipo de lugar onde ninguém tem medo de ousar, de ser diferente. E por falar em fast fashion, logo vem à cabeça as famosas H&M e Top Shop. São ótimas, diga-se de passagem. Mas, pra mim o conceito de fast fashion é a Primark. De longe, a mais barata. Agora é preciso ficar atenta ao acabamento que, de fato, às vezes deixa a desejar. Ainda assim, vale demais a pena. Amooooo! Deixe o preconceito fora da loja e se jogue. A gente encontra blusas lindas por 5 libras ou casacos super fofos por 10 libras. Para vocês terem uma ideia, há 10 anos comprei uma saia preta toda bordada que, quando coloco aqui no Recife, faz o maior sucesso. Foi de lá, da Primark. Se não me engano paguei a bagatela de 7 libras e ela ainda está inteira.

Que saudade desses brechós !


Quem me conhece sabe que amo um estilo retrô e um brechó. Pois bem, Londres é o paraíso dos brechós e feirinhas vintage! Ah, os mercados públicos são imperdíveis. As quadras entre Commercial Road, Brick Lane e Spitafields Market, no East London, são repletas de brechós e lojinhas vintage cheias de estilo. Aliás, as lojas de second hand (roupas usadas) em Londres são super cool. Nada a ver com roupa velha e mal cuidada.

O mercado em Portobello Road, em Notting Hill, é o que há. As casinhas em estilo vitoriano, com suas fachadas coloridas, e as lojinhas de objetos de decoração, joias e livros antigos são imperdíveis. O bom é ir num sábado pela manhã e terminar o passeio no Churchill Arms (numa rua que liga Notting Hill a Kensington Street), um dos pubs mais famosos da região e o que eu mais frequentei por estar localizado a apenas duas quadras de onde eu morava.





E os parques londrinos? 


Adorava o café do Holland Park. Tinha altos concertos gratuitos!

Kensigton era a extensão da minha casa pra tudo, até pra chorar nos momentos dureza!
Vivi entre Holland Park e Kensigton Park. Um luxo, ou melhor, dois! Mas, os que eu mais gostava de ir ficam longe. Deixe de novo o preconceito de lado e se jogue em East London. Pegue a  Central Line até Bethnal Green Station e vá caminhando a um parque dos mais bacanas, o Victoria Park, que é bem sossegado.

Hampstead: Costumava tomar banho aí e fazer piquenique no verão 
O parque Number One é o Hampstead Heath, também fora do circuitão. De lá, você tem uma das mais belas vistas panorâmicas da cidade – depois do London Eye, claro! – e de quebra conhece a casa onde Karl Marx escreveu o Capital para depois discorrer sobre as ideias marxistas tomando algumas pints num dos inúmeros pubs das redondezas.

O Soho é uma efervecência de diversidades!
O SOHO, com todas as letras em maiúsculas mesmo, é outra parada obrigatória. Um lugar super badalado que reúne várias tribos, inclusive é a rua mais desejada da cidade para o consumo, a Carnaby Street. Tem muito restaurante bacana para todos os bolsos e lojas incríveis de designs. Costumava ir ao Busaba, um thai food muito bom. Sem dúvida, um dos bairros mais cool de London Town!


Saudade de tomar café no Pret à Manger antes de entrar no tube

Ming the gap, stay clear of the doors. Quem já esteve lá sabe do que estou falando. Do Tube, o famoso metrô de Londres. Aliás, compre um travel card e vá desbravar a cidade de underground, pois a malha cobre quase toda a cidade e, quando não, permite fácil acesso aos trens metropolitanos. O legal do metrô é que você encontra uma pequena mostra desta cidade cosmopolita: do punk à inglesa montada para uma balada! Quem vai pra balada em Londres (não, a noite não termina quando os pubs fecham!), tem que pegar pelo menos uma vez os famosos NIGHT BUS. Pense numa extensão de farra! 

Os festivais de jazz, de verão, de inverno, os museus, as lojas de conveniência dos indianos, as famosas Off License, as galerias de arte. Tudo, mas tudo naquela cidade é IM- PER-DÍ-VEL. Até os supermercados. Se quiser economizar, compre no Tesco. À procura de um mimo a mais para um evento especial, vá ao Marks & Spencer. O Sainsbury’s é o meio termo dos dois.

Ah, parada obrigatória para os amantes da boa música: 606 Jazz Club, que fica num dois bairros mais charmosos, o Chelsea. Lá tem ainda um mercado fofo e um supermercado espetacular só de produtos orgânicos!

Agora diz: Londres está ou não me chamando? Corra, Lolô, Corra! Mas, antes junte um dinheirinho e prepare o bolso para gastar pounds....

See you ASAP, London!


quarta-feira, 11 de abril de 2012

As várias faces de Pessoa


Nem só de comilança sobrevivemos às noites insones. Quem é ansioso, sabe que a insônia é uma das principais consequências desta agoniazinha que vai deixando nosso coração acelerado e a cabeça a mil por hora. Sabe como é ruim não conseguir desligar a tomada do juízo. O pior é quando ela vai se prolongando, as horas passando e você perambulando pela casa, já batendo o desespero com o relógio indicando que daqui a pouco surgirão os primeiros raios de sol. Por isso, de uns tempos para cá tomei umas decisões. Parei de lavar banheiros ou arrumar armários e resolvi fazer algo mais legal como ler ou escrever.Na minha última insônia, a lua me inspirou e resolvi reler alguns poemas do meu amado Fernando Pessoa. 

 “O poeta é um fingidor
 
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente”. (Autopsicografia, Fernando Pessoa, Livro do Desassossego)


Falar de Fernando Pessoa não é apenas falar do maior poeta de todos os tempos. Falar de Pessoa é falar de um poeta que, como poucos, carregou nas tintas e no papel para expressar todo o sentimento do mundo. Como todo gênio, era dono de uma personalidade controvertida. Sua obra é vasta, afinal, Pessoa é vários poetas numa única pessoa. Definitivamente único!

Teve uma vida de perdas. Ainda menino, perdeu o pai, depois o dinheiro, a casa, a irmã. E foi morar na casa da avó louca, a Dionísia. Morreu aos 47 anos de cirrose hepática em Lisboa, sua terra Natal, sem o devido reconhecimento.

Ao longo da sua vida, Fernando Pessoa fingiu tão completamente ser outros que não conseguiu encontrar a si mesmo. Mas isso, o próprio se justificava. Para o poeta, o “fingimento é a forma de chegar à verdade essencial, e só se pode chegar à verdade essencial através do poema”.

Pessoa fingiu, foi vanguarda, polêmico, popular, poeta dramático, e estava sempre em busca do ser, do seu Eu Profundo e dos outros eu (bela obra dele). Foi tão grande a sua criação que acabou se perdendo de si mesmo:

“Quem sou, que assim me caminhei sem eu

Quem são, que assim me deram aos bocados
À reunião em que acordo e não sou meu?”


A poesia de Pessoa é transgressora. Romântica. Mística. Oculta. Profunda. Densa. Mas, a verdade mesmo da poesia de Fernando Pessoa é que o mundo levou muito tempo para descobri-la. Aliás, tem gente que ainda acha Fernando Pessoa um chato, um “drama em gente” como o próprio costumava dizer. Pobre dessas pessoas que não descobriram a verdadeira essência em Pessoa. Ainda é tempo para descobri-la, seja em Ricardo Reis, Álvaro de Campos ou Alberto Caeiro, seus heterônimos.

E para encerrar essa postagem, despeço-me de vocês com um dos meus preferidos:

Encerrando Ciclos

“Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te : Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

C’est ça!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Meu gosto pela arte devo a você, Popoi. Com Amor, Lolô!

  
Socorro trabalhando numa expô
crédito: César Giobbi

Foto Miguel Rio Branco. Adoro!











Posso dizer com a mais pura convicção que o meu gosto pela arte contemporânea eu devo a Socorro, a minha querida Popoi! Não é porque veio da minha tia (ou melhor, acho que é), mas aprendi a gostar de arte contemporânea de verdade a partir dela.

As exposições de Rodin na Pinacoteca de São Paulo, as esculturas de Louise de Bourgeois e de Emanoel Nassar, o orvalho capturado por Brígida Baltar, conhecer pessoalmente o processo criativo da mestra Tomie Othake naquela casa de concreto maravilhosa, em Moema (ou é Campo Belo?), as peças em madeira de Maurício Silveira, as esculturas de Artur Lescher, sem falar das bienais maravilhosas e das exposições maravilhosas na Galeria Nara Roesler.

Ah, não poderia me esquecer da inesquecível experiência da Arte-Cidade, projeto através do qual a gente se deparava com sensações de medo e de encantamento nas ruínas das antigas fábricas dos Matarazzo, da aristocracia paulistana, sempre interagindo com as intervenções de diversos artistas naquela paisagem. Parece que foi ontem que escutei o som que José Miguel Wisnick produziu numa chaminé. E dentro do vagão do trem, que saía da Luz, na Cracolândia, a gente ia vendo um filme passando na medida em que o trem se movimentava. Foi uma experiência visual, sensorial e de todos os sentidos possíveis e imagináveis. De fato, marcante!

Enfim, seria impossível listar todas as nossas andanças pelas artes em São Paulo. Com Popoi, aprendi a ter um olhar crítico e a apreciar o belo, mesmo quando a obra não parecia tão bela assim. E a arte cinética de Palatnik? Mas aí, para apreciar uma das mais belas obras, eu nem precisava sair de casa. Bastava olhar para a instalação na parede da sala de Popoi. É luxo, né não?  Aliás, a casa de Popoi é um verdadeiro museu. Tem ainda as obras de Tunga, como a cobra em que eu sempre esbarro quando vou lá. E a trança? O pente de aço? Maravilhosos! Não tem preço essa convivência diária de 3 anos que tive com a minha tia marchand, quando ela me recebeu de braços abertos para uma longa temporada em sua casa em São Paulo. Só tenho gratidão pelo acolhimento tão afetuoso. Socorro, uma mulher determinada, forte e batalhadora. Tudo que conseguiu (e não foi pouco) foi graças a muito trabalho e suor, além do talento nato inerente, é claro! O respeito e admiração dos críticos de arte e artistas nada mais são do que o reconhecimento ao seu trabalho.

As fotografias do meu ídolo Miguel Rio Branco, quem me apresentou? Popoi, claro. E agora, a sua galeria Millan Antonio está com uma bela exposição da fantástica Tatiana Blass. Um primor! Aliás, recomendo uma visita na galeria que fica na Rua Fradique Coutinho, em Pinheiros. Eles trabalham com artistas muito bacanas como Artur Barrio, outro que amo de paixão.

Corra, Lolô, corra pra São Paulo pro aconchego da sua tia, do seu tio querido Tonho, e dos seus primos-irmãos, agora com as proles crescendo! E assim, a gente vai levando a vida nessa roda viva que gira, que roda o mundo e roda pião, cultivando os afetos, sem perder a ternura nunca, né não Che? Merci beaucoup, Socór!
 



terça-feira, 20 de março de 2012

É de tirar o fôlego De verdade!


Um das minhas primeiras postagens nesta modesta estante foi sobre o livro As brasas, de Sándor Márai. Após ter sido apresentada pelo meu amigo Lula Arraes, nunca mais deixei de lê-lo. E de admirá-lo! As mazelas e virtudes da alma humana são assuntos recorrentes em seus livros. Ele viveu intensamente a Primeira Grande Guerra, circunstância que se faz presente no contexto de muitos dos seus romances. Foi censurado pelos comunistas, exilou-se nos Estados Unidos, onde se suicidou no ano da queda do Muro de Berlim, em 1989.

Considerado como sua grande obra (embora eu ainda prefira As brasas), o romance De verdade foi escrito ao longo de 40 anos. Com uma linguagem elegante e despretensiosa, Márai nos mostra os conflitos do amor e do casamento por meio dos bastidores da burguesia decadente na Europa Central entre as duas grandes guerras. O romance demarca a fronteira intransponível que separa as classes sociais, reabrindo as cicatrizes de uma capital agonizante cercada pelas tropas comunistas.

O realismo e a simplicidade sempre presentes nas narrativas de Márai são características que me atraem muito. Ele se atenta ao que é fundamental. Ou seja, ao sentimento (e sofrimento) humano. O resto é adereço, complemento. A dor irreparável, os rancores petrificados, os mistérios do amor e suas frustrações são questões tratadas com profundidade. Tenho pra mim que a frustração a qual ele se refere é a da idealização. O ideal existe apenas na mente de quem idealiza.

A narrativa em De verdade é sincera, clara e transmite as dores do narrador (ou dos narradores, já que eles são quatro). Pairam ainda nessa atmosfera criada por Sándor Márai uma sexualidade reprimida, um traço conservador, com pequenas (quase imperceptíveis) alusões de cunho homossexual. Daí a origem das minhas impressões a respeito de sua sexualidade que aparece (pelo menos para mim) de forma meio autobiográfica em seus livros.

“(...) Existem apenas pessoas, e em todas há um grão de verdadeira, e nenhuma delas tem o que do outro nós esperamos e desejamos”.

Recomendo!

segunda-feira, 5 de março de 2012

A saga de uma família, o sanatório e as cabeças trocadas!



Sumi, eu sei que sumi, mas o motivo foi nobre. Primeiro, o feriado de carnaval. Em seguida, a qualificação do meu projeto de mestrado. Mas com diria o Rei, eu voltei porque aqui, aqui é meu lugar! Tava pensando com meus botões se alguém me perguntasse qual o melhor escritor de todos os tempos, certamente eu não saberia responder apenas um. Mas hoje eu elegi um alemão que amo de paixão. Um mestre da narrativa. Um primor de escritor! E é a ele, Thomas Mann, a quem dedico este post. 

História de família é um assunto recorrente entre os mestres de literatura. Mas, a saga da família em Os Buddenbrooks, publicado no início do século XX, é um exemplo de superação. Thomas Buddenbrook é o centro do romance. Apesar de parecer clichê falar sobre a decadência de uma família da aristocracia, Thomas Mann consegue sair do lugar comum. Logo de saída, somos envolvidos no destino de uma firma burguesa da Alemanha oitocentista e num personagem careta, quadrado, sem graça, fortemente ligado aos valores mais reacionários e conservadores possíveis de imaginar. 

No romance, Mann é magistral quando usa como pano de fundo da narrativa a filosofia pessimista de Schopenhauer. Ele ainda cria no romance uma atmosfera budista de que tudo é ilusório, mesmo o que parece mais sólido. Nada pode permanecer o mesmo sob pena de estagnar e morrer de uma forma pior que a morte. Impressiona a atualidade do texto, sobretudo quando Thomas (o personagem) sofre de um dos maiores males da nossa sociedade que é o estresse, aquele eterno cansaço, de que a energia vital está prestes a falhar. Simplesmente fantástico! É incrível como a estética da escrita é algo atemporal! E o melhor é que a grandiosidade de Thomas Mann não parou nessa obra. Aliás, não é por acaso que o escritor figura entre os maiores de todos os tempos.

A Montanha Mágica (talvez o mais famoso, que lhe rendeu o Prêmio Nobel) é igualmente repleto de adjetivos e superlativos. O livro parece cansativo, pois aparentemente não tem enredo. Mas não é! Eu quase que desisto, mas insisti e e não me arrependo. Resistir é a palavra de ordem aqui! Após os primeiros capítulos, a trama vai tomando um rumo de tirar o fôlego. Tudo começa no sanatório, que se torna uma espécie de microcosmo europeu. Os numerosos personagens do livro são representações de tendências e pensamentos que predominavam na Europa, momentos antes da Primeira Grande Guerra, conhecido como o período dos anos loucos. A instabilidade naquele continente era refletido justamente num sanatório. 

Em Cabeças Trocadas, Thomas Mann utiliza a Índia como cenário de uma fábula sobre a identidade, a partir de um triângulo amoroso. Dois jovens amigos com características completamente opostas.  Shridaman é o brâmane espiritualizado e pouco atlético; Nanda é o belo trabalhador braçal. Shridaman apaixona-se por Sita (a deusa indiana), mas quem faz a corte por ele é Nanda. Ora, como Sita não conhece o futuro marido, a imagem que ela tem como referência é a de Nanda. Consumado o casamento, apesar do carinho e respeito que tem por Shridaman, é Nanda quem ela deseja, com quem sonha e fantasia. Numa resenha sobre este livro, o grande Octavio Paz disse: “O que impede o trio de encontrar uma solução é a insatisfação com o Mesmo e a eterna atração pelo Outro”.

Sobre a identidade, Thomas Mann escreve: “…além da verdade e do conhecimento racionais, existe a intuição do coração humano, que sabe ler a escrita dos fenômenos não apenas no seu sentido primário e simplista, mas também no sentido secundário e mais elevado, deles se servindo para atingira contemplação do puro e espiritual.. É dado e concedido aos homens se servirem da realidade para vislumbrar a verdade. A linguagem forjou a palavra poesia para nomear essa dádiva”. Cabeças Trocadas é imperdível e bem fininho! Talvez um bom começo para quem nunca adentrou no universo de Mann! 



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Biutiful é lindo!


Cansados de prévias carnavalescas (sobretudo aquelas que constumávamos frequentar e que ficaram chatas, lotadas e descaracterizadas), resolvemos ficar em casa no fim de semana. Providenciamos vinhos e afins e pedi a Mauro para pegar um filme leve e bom na locadora. Eis que ele me vem com Biutiful, do excelente diretor Alejandro Inárritu. O péssimo sinal do celular impediu que ele me escutasse falar “só não pega Biutiful”! Que ironia! Foi justamente o que ele havia locado. Pois bem, havia chegado a hora de encarar! De leve, só o nome porque o filme é um pancadão. Daqueles dramalhões típicos de novela mexicana, mas com um diferencial.

Trata-se de um ótimo filme, com uma autuação impecável de Javier Bardem, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator em Cannes, em 2011. Denso do começo ao fim. E não é difícil de entender o porquê do prêmio. Poucos conseguem dar a força dramática que Bardem imprime. É um personagem intenso difícil de imaginar na pele de outro ator. Ele é doce, firme quando necessário e também ameaçador. Mas, antes de tudo, é um homem atormentado.

Biutiful narra a história de Uxbal. Pai dedicado que conversa com os espíritos. Um homem desamparado que foi atirado à deriva da vida e está sempre tentando encontrar um sentido para a sua vida. À beira da morte, Uxbal sobrevive no coração do perigoso submundo de uma Barcelona invisível. Se em algumas poucas e rápidas tomadas não víssemos a capela da Sagrada Família, de Gaudí, bem ao longe e escurecida pelo céu nublado e pelo filtro da câmera, nem daria para perceber que é Barcelona.

Os seus sacrifícios pelos seus dois filhos não conhecem nenhum limite. Sentindo que a velha da foice o ronda, ele tenta encontrar a paz, proteger seus filhos, salvar-se a si próprio. Mas, as coisas não saem como o esperado. A história de Uxbal é simples e complexa. A vida não lhe foi muito generosa, não lhe sobrou espaço para boas ações.

É uma película verdadeira, essencialmente dura e crua, assim como a vida. Depois de Biutiful, Barcelona nunca mais será a mesma. É um filme que, quando acaba, deixa-lhe sem ar. E não termina na hora que acaba. Vai encarar?


* O mexicano Inárritu dirigiu os ótimos Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. Talvez Biutiful não figure entre os melhores, mas sem dúvida, é um filme que merece ser visto, sobretudo pelo personagem de Javier Bardem.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Para Bandeira, com amor!


Não me canso de falar que a beleza da vida está nos pequenos acontecimentos diários. Quer coisa melhor do mundo do que acordar, sob o céu azul do Recife, com o movimento bem-humorado da inocência das minhas adoradas crianças e, em seguida, escutar na rádio Vou-me embora pra Passárgada, lá sou amigo do rei? Pois bem, com um despertar deste, a alegria irradiou o meu coração e Bandeira tomou conta deste corpo que vos fala através do teclado! Fiquei com uma vontade danada, sugerida pelo próprio poeta, de viver de brisa, nem que seja metaforicamente.

O meu gosto tardio pela poesia pode ser creditado ao conterrâneo Manuel Bandeira, antes mesmo do patrício Fernando Pessoa, pois! Com o poeta recifense, que também foi um exímio cronista, aprendi a sentir as estrofes, a me emocionar com as palavras livres dos seus versos! A poesia de Manuel Bandeira nasceu parnasiana, tornou-se simbolista até chegar definitivamente ao modernismo, com suas experiências concretistas (Isso me lembra as aulas de literatura da minha adorada Myrtha Magalhães nos saudosos tempos da Escola Parque).

Na obra de Bandeira, o aspecto biográfico é marcado pela tragédia, percebida até nas obras modernas, como Libertinagem. Há, ainda, a marca da melancolia e da paixão pela vida. As figuras femininas surgem envoltas em ardente sopro amoroso, enquanto outros poemas tratam da condição humana e finita sem deixar de demonstrar o desejo de transcendência como em Momento num Café, Contrição, Maçã e Boi Morto. Não poderia deixar de fora Consoada, em que ele fala de quando a indesejada das gentes chegar!

Mesmo diante de tantos, deixo aqui registrado os meus versos bandeirenses preferidos.

Arte de Amar

Se queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.
(Manuel Bandeira)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Os filmes do meu Moleskine!


Os filmes do meu Moleskine!

Quem me conhece sabe que, além dos livros, o cinema é outra grande fonte de prazer. Meu amor pela sétima arte é tão grande que há um ano resolvi organizar os filmes da minha vida. Comprei um catálogo de filmes, da Moleskine, com ordem alfabética, comentários e tudo que uma boa apreciadora do cinema precisa. Nele, tenho tentado registrar os filmes mais marcantes.

Além de anotar para não esquecer, esse catálogo “tudo de bom” tem me ajudado na escolha dos filmes para o cineclube que coordeno na Faculdade Pernambucana de Saúde. Aliás, é um projeto muito bacana! A gente utiliza a linguagem e a estética do cinema como espaço para reflexão. O mais legal deste projeto da FPS, que já foi premiado e selecionado para apresentações em importantes congressos, é o envolvimento dos alunos. As discussões são muito ricas e o entusiasmo deles é contagiante.

Tenho pensado em alguns filmes legais para rever e que ainda não foram exibidos no cineclube. Lá vai uma pequena lista do meu Moleskine. By the way, qualquer contribuição é bem-vinda! Aguardo sugestões por email, face ou por aqui mesmo!

Merci!

Os filmes...
Minha Vida de Cachorro (Lasse Hallström)
A trilogia de Krzysztof Kieslowski, sobretudo, a Liberdade é Azul!
Amores Expressos (Wong Kar-Wai) – Vou postar sobre este diretor que, em minha opinião, é um dos maiores cineastas contemporâneos!Amor à Flor da Pele (Wong Kar-Wai)
O Touro Indomável e Taxi Driver (Martins Scorsese)
O Homem Elefante (David Lynch)
Nashville (Robert Altman)
Gritos e Sussuros (Ingmar Bergman ) – Já exibimos o Sétimo Selo e Morangos Silvestres. Este diretor é um dos meus prediletos!
Traídos pelo Desejo (Neil Jordan)
Quatro Casamentos e um Funeral (Mike Newell) – Neste filme fui apresentada à poesia de W.H. Auden, a quem amo!

“Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come”. (W.H. Auden)