segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Biutiful é lindo!


Cansados de prévias carnavalescas (sobretudo aquelas que constumávamos frequentar e que ficaram chatas, lotadas e descaracterizadas), resolvemos ficar em casa no fim de semana. Providenciamos vinhos e afins e pedi a Mauro para pegar um filme leve e bom na locadora. Eis que ele me vem com Biutiful, do excelente diretor Alejandro Inárritu. O péssimo sinal do celular impediu que ele me escutasse falar “só não pega Biutiful”! Que ironia! Foi justamente o que ele havia locado. Pois bem, havia chegado a hora de encarar! De leve, só o nome porque o filme é um pancadão. Daqueles dramalhões típicos de novela mexicana, mas com um diferencial.

Trata-se de um ótimo filme, com uma autuação impecável de Javier Bardem, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator em Cannes, em 2011. Denso do começo ao fim. E não é difícil de entender o porquê do prêmio. Poucos conseguem dar a força dramática que Bardem imprime. É um personagem intenso difícil de imaginar na pele de outro ator. Ele é doce, firme quando necessário e também ameaçador. Mas, antes de tudo, é um homem atormentado.

Biutiful narra a história de Uxbal. Pai dedicado que conversa com os espíritos. Um homem desamparado que foi atirado à deriva da vida e está sempre tentando encontrar um sentido para a sua vida. À beira da morte, Uxbal sobrevive no coração do perigoso submundo de uma Barcelona invisível. Se em algumas poucas e rápidas tomadas não víssemos a capela da Sagrada Família, de Gaudí, bem ao longe e escurecida pelo céu nublado e pelo filtro da câmera, nem daria para perceber que é Barcelona.

Os seus sacrifícios pelos seus dois filhos não conhecem nenhum limite. Sentindo que a velha da foice o ronda, ele tenta encontrar a paz, proteger seus filhos, salvar-se a si próprio. Mas, as coisas não saem como o esperado. A história de Uxbal é simples e complexa. A vida não lhe foi muito generosa, não lhe sobrou espaço para boas ações.

É uma película verdadeira, essencialmente dura e crua, assim como a vida. Depois de Biutiful, Barcelona nunca mais será a mesma. É um filme que, quando acaba, deixa-lhe sem ar. E não termina na hora que acaba. Vai encarar?


* O mexicano Inárritu dirigiu os ótimos Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. Talvez Biutiful não figure entre os melhores, mas sem dúvida, é um filme que merece ser visto, sobretudo pelo personagem de Javier Bardem.

4 comentários:

  1. Lolo querida, parabéns por "Biutiful é lindo", uma bela troca! Após ler o seu relato,fiquei com vontade de encarar sim!!! Adoro filme que não termina na hora que acaba; esse tb não fica atrás de Amores Brutos e Babel. Bjuuuus

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  2. Tia, o filme é legal mesmo. Pancadão, mas bom. O pesonagem não sai da cabeça da gente tão fácil, não. bj gde!

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  3. Soco no estômago total... Bão demais :-)

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  4. Chega fiquei sem ar no final do filme. mas, recomendo!

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