quinta-feira, 3 de maio de 2012

O orvalho de Brígida


Coleta de Neblina. Crédito: Galeria Nara Roesler
Fui apresentada à obra de Brígida Baltar quando morava em São Paulo numa bela exposição na Galeria Nara Roesler. Numa expô do Mamam, tornei-me definitivamente fã desta artista, que investiga o tempo e as dimensões do efêmero  anos depois. Para compor a série Umidades, que eu adoro, a artista coletou amostras da neblina, da maresia e do orvalho. Esses fenômenos naturais foram capturados através de tubos de ensaio instalados numa roupa especial acoplados às costas da artista, que registrou todo o processo de criação em fotografias e em filme.   

Coleta da Maresia. Crédito: Nara Roesler
Através de sua obra, Brígida assume uma atitude poética e ativa nossos sensores. A percepção que tenho acerca de Umidades é de uma obra fluída, não palpável, que se esvai das nossas mãos. Essa impossibilidade de tocar e de ver algo material aguça ainda mais a percepção do olfato, da visão e da audição. Penso que a gente acessa a sua obra quando entramos num estado de contemplação.

Brígida vai além. Vai em busca de captar o efêmero. Suas obras refletem a subjetividade no mundo. Nelas, a artista explora a memória e a afetividade geradas nos eventos da vida. São memórias afetivas. Lembranças de odores e de sons, de prazer e de melancolia. 


Sem dúvida, uma artista da contemporaneidade cuja obra vale a pena ser apreciada.




* Quem quiser saber mais sobre a artista, acesse www.nararoesler.com.br.

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