segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A cabidela, eu e o cinema!


Comer é um dos maiores prazeres da minha vida. Não entendo quem não dá valor ao ato de comer. Ultimamente tenho apreciado bastante uma comida caseira, sobretudo os hábitos alimentares do interior. Só de lembrar da galinha de cabidela que Saboga (um cozinheiro do meu eterno Manso querido) preparava, minha boca já enche de água. Literalmente! Aliás, essa mania (ou melhor, característica) vem de outrora; parece que o meu filho João Francisco, de dois anos, está caminhando nessa mesma direção.

Não sei que danado de tempero o pessoal coloca no interior que o sabor fica diferente. E nostálgico! Acho que nos remete a um passado bem distante. Como é gostosa uma galinha de cabidela bem preparada! Para os que não sabem, a cabidela é o molho à base de sangue da ave. Dizem que o poulet en barbouille, como o nome indica, surgiu na França. Voilà!  Mas, há controvérsias. Em Portugal, há a famosa galinha de cabidela do Alentejo. Eça de Queiroz cita essa iguaria diversas vezes em seus romances.

Independentemente da sua origem, sem dúvida, comer é muito mais do que saciar a fome. Além do ritual que envolve o preparo dos pratos, o simbolismo em torno das refeições é muito forte. Que o diga Gilberto Freyre! E a sociologia da gastronomia, que anda tão em voga. Se a gente parar para pensar, boa parte das coisas boas (e ruins também!) da vida acontece quando estamos reunidos em torno de alguma refeição.

A culinária vem sendo aprimorada ao longo dos anos. E cozinhar se tornou uma arte cada vez mais sofisticada que o cinema soube captar muito bem. Isso me faz lembrar um dos filmes mais deliciosos, poéticos e delicados que já vi: Comer, beber e viver, de Ang Lee. Um pai e suas três filhas se reúnem uma vez por semana em torno de belas refeições. A comida é pano de fundo desses encontros e desencontros, amores e desilusões. Tudo isso posto à mesa sempre aos domingos. Ang Lee em sua melhor forma!


Recomendo demais!

Um comentário:

  1. adorei esse post. O blog todo tá muito gostoso de se ler. Parabéns! Continue escrevendo e nos dando as ótimas dicas culturais, de uma forma muito criativa e elegante. Bem diferente do control C e control V que a gente vê nos blogs por aí. Parabéns, Lolô!

    Mônica Pereira

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