sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A modernidade de Paris



Através de uma pequena análise do poeta francês Charles Baudelaire, podemos entender a cidade moderna como um terreno privilegiado para expressarmos alguns dos elementos que constituem a modernidade. As novas relações sociais que emergiram após as revoluções de 1848 na França demonstraram que a cidade é o locus da civilização moderna, dos seus conflitos e da sua organização social. Foi nela que Baudelaire montou o seu “laboratório”, retirando as suas impressões sobre a realidade social que o cercava, marcando assim o seu período histórico.

A realidade que cercava Baudelaire era a de mudanças na estrutura da sociedade ocidental, nos séculos XIX e XX, com o evidenciamento da vida urbana e com a instauração de uma nova ordem burguesa e capitalista. A industrialização legou à Paris de meados do século XIX um aumento considerável da sua população urbana e, consequentemente, uma intensificação do tráfego.

A reforma urbana de Paris foi pensada como uma solução para os problemas de circulação. Luís Napoleão (1808-1873), que estivera exilado na capital inglesa, presenciou as reformas londrinas e aplicou-as a Paris quando subiu ao trono francês (1852-1870). Georges Haussmann, prefeito de Paris, graças a um mandato imperial de Napoleão III, começara a implantar uma vasta rede de bulevares no coração da velha cidade medieval.

A Paris do Segundo Império no século XIX, em que o poeta viveu, sofreu essas transformações por meio do surgimento de uma vida urbana, da construção de grandes avenidas, mercados, teatros etc, fazendo com que a convivência das pessoas se transferisse de suas casas para as ruas cada vez mais movimentadas da cidade e com que diversas classes sociais se defrontassem num mesmo local. Os novos bulevares permitiram ao tráfico fluir pelo centro da cidade e mover-se em linha reta, de um extremo a outro.

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