sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Baudelaire e as ruas de Paris


Eu tinha acabado de ser aceita pelo ótimo professor Jonatas Ferreira como aluna especial no programa da pós-graduação de Sociologia da UFPE (aliás, se hoje estou fazendo o mestrado, Jonatas tem sua parcela de contribuição), e logo na primeira aula nos foi apresentado o programa da disciplina de Modernidade e Pós-Modernidade.

Foram quase seis meses de discussões riquíssimas sobre estética, vanguarda, romantismo, expressionismo alemão, escola de Frankfurt e afins, embora muitas vezes eu saía da aula com vontade de abandonar e desistir de tudo. Não vou conseguir! Esse pensamento se tornou um mantra no meu juízo! Mas, os temas eram instigantes demais e assim fui indo.

O segundo seminário era sobre Baudelaire e a modernidade. Jonatas olhou pra mim com aquele jeito meio de brabo (que medo!), apontou, e disse: você faz esse seminário! Putz, me ferrei! Apesar de badalado e de todos falarem de Baudelaire com tanta intimidade, eu pouco sabia sobre a vida e obra desse poeta parisiense. Mas, não tinha saída a não ser estudar. No final deu tudo certo e Baudelaire ganhou mais uma fã!

A cidade é tema da lírica moderna de Charles Baudelaire. Assuntos referentes à boêmia, ao flâneur (o vagabundo que perambula pela cidade sem propósito) e à modernidade fizeram parte da poesia urbana desse francês que morreu na pobreza total. Considerado o pai da modernidade, ele coloca em xeque o progresso meditando sobre esse conceito. Mais do que um cânone moderno, Baudelaire é o retrato de uma sociedade em transformação.

Os fenômenos da vida cotidiana da Paris do século XIX são o centro da reflexão das mudanças socioeconômicas ocorridas freneticamente naquele momento. Através de seus personagens (o flâneur, o boêmio, o dândi e o trapeiro), Baudelaire desafia as regras do jogo social.

Sempre que falo em Baudelaire me vem logo à mente o genial João Antonio, com seu Malagueta, Perus e Bacanaço. Eu ainda guardo com muito carinho a minha surrada edição desta obra-prima, adquirida nos velhos sebos da paulicéia. Finalmente ganhou o status que merecia. A Cosac Naify reeditou vários livros dele. Um primor! João Antonio, nego, você merece um post só seu!

3 comentários:

  1. Conhecer Lolô é se aculturar! que bom compartilhar contigo esses pensamentos tão gostosos Juliana. Continue, você está òtima!

    ResponderExcluir
  2. Adorei o seu blog. Conheci através de uma amiga ( Manu Valadares).Parabéns!!!!!
    Simone Gueiros

    ResponderExcluir