Eu já havia lido os ótimos Desonra (este lhe valeu
nada menos do que o Nobel de Literatura), e Diário de um ano ruim. Em
seguida, veio a pista de Xico Sá de que se tratava de um ótimo livro. Não tinha
erro. Como não teve.
O Homem Lento, de J.M Coetzee,
é tocante. Com uma escrita fluida, o autor nos leva a
refletir sobre como vivemos as nossas vidas.
A história sobre um velho (nem tão velho assim) que perde a perna após um acidente de bicicleta tem uma narrativa comovente. O autor aborda brilhantemente o amor, o envelhecimento e a morte, no melhor estilo Philip Roth (sim, o livro me fez lembrar este grande escritor).
A misteriosa
escritora Elizabeth Costello, personagem de outros livros do autor e
considerada como o alterego de Coetzee, entra na trama para ajudá-lo com as
questões dos limites entre realidade e ficção.
Como
toda obra literária que se preze, O Homem Lento levanta questões, mas não nos
dá as respostas esperadas.
E cuidado quando pegar a sua bike e for pedalar por aí para não ser "atropelado pelo tempo".