Já passava das 2 da
manhã e nada de ir dormir. Já tinha respirado inúmeras vezes, feito o
lanchinho básico da madrugada insone, fuçado o instagram, o facebook. E nada! É
que naquela noite o livro que eu acabara de ler me deixou fora do eixo.
Pensativa mais do que
o normal. Angustiada mais do que deveria. Extasiada pela capacidade narrativa
do escritor. Excitada com o impacto de um livro bem escrito. Aliás, os últimos
livros que eu tenho lido andam provocando um efeito parecido aos descritos
acima.
Voltando ao livro em
questão: Nêmesis, de Philip Roth.
Através de uma bela
narrativa em primeira pessoa sobre as consequências devastadoras da
poliomielite no cotidiano de uma comunidade judaica culturalmente enraizada, Nêmesis trata da impotência dos homens diante
da força das circunstâncias.
É um livro denso,
melancólico e que nos coloca diante da finitude
humana.
Abre um breve parênteses.
Antes de começar a ler o livro, a curiosidade fez com que eu procurasse o
significado de Nêmesis. Pois bem. Na mitologia grega, nêmesis é a deusa da justiça. Um paradoxo
que faz todo sentido.
Há quem diga que esta que vos escreve entra em outra camada da atmosfera quando acaba um livro. Talvez seja verdade.