As Plêiades |
Minhas questões existenciais têm o tempo da consciência desta que vos escreve. Acho que o tal do sentido da vida que a gente procura é para diminuir o medo diante da nossa condição de finitude. Tememos mais do que deveríamos. Somos vulneráveis por definição.
O homem sempre se agarrou nos mitos para obter impulso a fim
de suplantar as vicissitudes da vida. Nosso espírito está generosamente povoado de mitos, de sonhos e de utopias. Ai de nós se não
tivéssemos nada para crer. Acho que esta é a forma mais antiga de auto-ajuda.
Desde que o mundo é mundo,
sobretudo na versão que nos oferece a mitologia grega, vemos a fraqueza humana diante
da força da natureza. Hoje em dia, a gente joga essas fraquezas para debaixo do tapete. É imoral perder, temos vergonha de sofrer! Vivemos a era da euforia prêt-à-porter, nem que seja à base de Rivotril.
Ela é amedrontadora, sim, mas também motor de ação. A velha da foice foi chamada por Manuel Bandeira de a mais “indesejada das gentes”. Na medida em que vou amadurecendo percebo que o nosso previsível fim gera inúmeras questões que direcionam para um olhar
sobre a nossa relação com a vida.
É por tudo isso que eu, com meus
medos, mitos e crenças, procuro cada vez mais dar valor a minha prática diária. E um bom começo para perceber isto se dá através da percepção da nossa respiração e da consciência corporal.
Ah, quanta sabedoria que vem lá do Oriente! Que os ventos continuem trazendo-a para nós!
Voltei, pessoal!
Voltei, pessoal!