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Coleta de Neblina. Crédito: Galeria Nara Roesler |
Fui apresentada à obra de Brígida Baltar quando morava em São Paulo numa bela
exposição na Galeria Nara Roesler. Numa expô do Mamam, tornei-me definitivamente fã desta artista,
que investiga o tempo e as dimensões do efêmero anos depois. Para compor a
série Umidades, que eu adoro, a artista coletou amostras da neblina,
da maresia e do orvalho. Esses fenômenos naturais foram capturados através de tubos
de ensaio instalados numa roupa especial acoplados às costas da artista, que
registrou todo o processo de criação em fotografias e em filme.
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Coleta da Maresia. Crédito: Nara Roesler |
Através de sua obra, Brígida assume uma atitude poética e
ativa nossos sensores. A percepção que tenho acerca de
Umidades é de uma obra
fluída, não palpável, que se esvai das nossas mãos. Essa impossibilidade de
tocar e de ver algo material aguça ainda mais a percepção do olfato, da visão e
da audição. Penso que a gente acessa a sua obra quando entramos num estado de
contemplação.
Brígida vai além. Vai em busca de captar o efêmero. Suas obras refletem a subjetividade no
mundo. Nelas, a artista explora a memória e a afetividade geradas nos eventos
da vida. São memórias afetivas. Lembranças de odores e de sons, de prazer e de
melancolia.
Sem dúvida, uma artista da contemporaneidade cuja obra vale
a pena ser apreciada.
* Quem quiser saber mais sobre a artista, acesse www.nararoesler.com.br.